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O que esperar de Navegação Astronômica na prova de Capitão Amador?

Capitão Amador - Navegação Astronômica
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A Marinha mudou razoavelmente bem o estilo da prova de Capitão Amador a partir de 2021. Saiba o que esperar da matéria de Navegação Astronômica na prova de Capitão Amador.

De 2014 até 2020, o estilo e a quantidade de questões por matéria na prova de Capitão Amador estava razoavelmente bem estabilizado. Ou seja, era um tanto previsível saber o que seria cobrado, a forma, e quanto seria cobrado de cada matéria. Se o candidato quisesse ter uma ideia de como seria sua prova, era só fazer o download de uma das provas anteriores e dar uma analisada.

Entretanto, algo mudou a partir de 2021. Nós aqui na eNauti não temos informação oficial sobre o que e porque mudou, mas podemos especular. Já que a eNauti está sempre criando e atualizandos os cursos de Amadores, rapidamente foi possível perceber essa mudança de ares. Uma suposição é que o grupo ou pessoas que elaboravam as provas mudou, mudando também o estilo de grande parte das questões. Também, houve mudanças na NORMAM-03/DPC, onde consta o programa para a prova de Capitão. Questões sobre cartas náuticas e publicações náuticas – um assunto que era unicamente cobrado na prova de Mestre Amador – entraram no programa de Capitão.

Neste artigo, vamos falar um pouco sobre o que esperar sobre questões de Navegação Astronômica no exame de Capitão Amador.

NAVEGAÇÃO ASTRONÔMICA

O assunto navegação astronômica era sempre cobrado em 8 questões. Eis aí uma primeira mudança. Na primeira prova de Capitão de 2021 (CPA I 2021), apareceram 6 questões. Na prova apresentada no Simpósio de Segurança do Navegar Amador (CPA SSNA 2021), foram 7 questões. Já na segunda prova de 2021, retornamos ao padrão de 8 questões.

Mas não só a quantidade de questões mudou. Já antes de 2021, os ventos da mudança sopraram em Navegação Astronômica. A última prova de 2020 (CPA II 2020) foi extremamente atípica. Começamos com o fato de que algumas questões tinham que ser resolvida por pura estimativa e achismo. Não era possível encontrar uma solução para algumas questões, e o gabarito oficial pedia que você marcasse a posição mais próxima da posição GPS que constava no cabeçalho! Você não calculava nada, pois não havia maneira de calcular! Era algo assim: sua posição estimada era latitude tal e longitude tal. Você deveria marcar a alternativa que estava mais próxima desta posição estimada. Não vamos nos aprofundar aqui, mas quem tentar resolver essa prova entenderá o que estamos falando. Soma-se a isso o fato de que 3 das 8 questões foram anuladas. Pareceu-nos que foi uma prova feita com absoluto pouco cuidado, e sem qualquer revisão.

A partir dessa prova, tivemos outras surpresas menores. Às vezes, pegadinhas de canto de página, outras vezes, algo que parece ser descuido da Marinha na elaboração das questões. Por exemplo, anteriormente a Marinha nunca havia dado muito crédito para os nomes dos fusos (letras que representam os fusos horários). Agora, temos encontrado questões com mais frequência sobre isso.

Como exemplo adicional do que estamos encontrando na provas recentes, cito outra pegadinha que apareceu sobre a consulta da correção da altura do olho do observador, chamada de “Depressão”. Para quem já estudou a matéria de Navegação Astronômica, sabe que precisamos corrigir a altura dos astros no céu (lida com o sextante), com a altura em que o olho do observador estava do horizonte.

Isto é feito em uma tabela do Almaque Náutico e, até 2020, sempre o valor da correção estava dentro de uma faixa de valores de elevação do olho. Na figura abaixo, por exemplo, os valores de altura do astro de elevação do olho entre 3,0 e 3,2 metros devem ser corrigidos com o valor de “-3.1 minutos de grau”. Entetanto, o que fazer se o valor da altura do olho fosse, por exemplo, 3,0 metros? A tabela não diz explicitamente nada sobre isso, e é possível ficar em dúvida se a correção aplicável deveria ser “-3,0” ou “-3,1”. A resposta para isso aparece em cantos de página de livros de Navegação Astronômica. Tivesse o candidato escolhido um ou outro valor, ambos tinham alternativas para ser marcadas. E só uma estava certa.

Entretanto, a última prova de 2021 (CPA II 2021) parece ter voltado ao padrão anterior (apesar de alguns deslizes na elaboração de algumas questões, como a aparente falta de dados nesta prova, o que atrapalhou uma questão). Assim, esperamos que esta matéria seja cobrada como era em anos anteriores.

PROVA DE CAPITÃO AMADOR DE 2022 EM DIANTE: O QUE ESPERAR DE NAVEGAÇÃO ASTRONÔMICA

Como vimos, tivemos alguma turbulência nas questões de Navegação Astronômica a partir do final de 2020. Entretanto, esta turbulência amainou e a última prova de 2021 parece ter voltado aos padrões anteriores.

Para 2022 em diante, esperamos que as provas tenham entre 7 e 8 questões de Navegação Astronômica (ou seja, uma parte relevante da prova!), e que retorne aos padrões de melhor qualidade que tinham até antes de 2020. Entretanto, a tendência de apresentar “pegadinhas” continua presente, e é possível que os candidatos topem com alguma “invencionice” da Marinha na provas em pelo menos uma questão.

Como se preparar para a prova, então? A única solução é estudar da melhor maneira possível, se valendo de bons materiais. É impossível prever como será a próxima prova, mas nós aqui na eNauti tentamos ser preditivos e, na medida do possível, atualizamos nosso curso tentando cobrir todas as possibilidades de “pegadinhas”.

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